Encontros com Escrita Criativa
Pintando e Bordando com as Palavras
Grupo de Novembro / Dezembro
Grupo de Novembro / Dezembro
Começando os encontros...
A palavra pode ser colocada em várias formas e por vários motivos. Em diferentes idiomas, com distintas intenções. O fato é que toda vez que surge ela permite nascer o que se ocultava dentro de nós.
A palavra é, portanto, um canal com o divino de cada ser, tendo como fonte de entendimento desta expressão tudo que é sublime, encantador e que nos conecta com nossa sensibilidade pura, que prolifera nossa crença a partir dos nossos sentidos. As letras, a musicalidade, a expressão do corpo, a arte é pura revelação do simbolismo contido no centro de cada ser humano.
As palavras estão para além do seu sentido nos dicionários. Não são apenas o que revela sua tradução literal, são todo o sentimento contido em cada letra, em cada movimento que a gerou para explicar, expressar algo a partir de uma forma de sensibilidade, por que alguém sentiu-se afetado e precisou manifestar.
As palavras circulam o mundo, percorrem universos, cruzam fronteiras e se fazem presentes. Em todo lugar, independente de onde estejam localizadas, seu ponto comum é habitar almas. É fazer parte do que compõe o sujeito entre as linhas do coração e do corpo...
As palavras existem para que delas possamos nos nutrir, para que delas surjam em nossas mentes novas imagens que nos possibilitem descobrir novos caminhos para o sentir, na medida em que estamos abertos para isso e na mesma medida em que a folha aceite oferecer, generosamente, o espaço a ser preenchido somos inundados por significações.
Cada palavra contém, além do sentido, uma história. Esta história não se resume a sua origem semântica, se vem do latim, do grego...Cada palavra carrega em si a força de seu povo, de como não apenas pensam, mas como sentem estas pessoas, fala sobre a cultura que está vinculada ao sentimento. A forma como expressam suas emoções apresenta um pouco de quem são e como se relacionam entre si, de como percebem e recebem o mundo a sua volta.
Se analisarmos as palavras e de onde elas provem, podemos pensar que nossa mente elege algo a ser dito, que possa representar o que queremos expressar.
Mas, na verdade há lugares mais profundos onde em nós, elas são elaboradas, como se tudo que dizemos fosse uma combinação para a execução de uma receita.
Quando falamos, ou pensamos palavras nosso mundo interno está em um processo continuo de dar sentido.
Quando as pronunciamos e nossos lábios modelam sua forma expiramos junto, em sua saída os sentimentos que estavam reservados.
Quando ouvimos palavras, inspiramos o que o outro nos comunica através da aglutinação das letras e nos oferece como seus sentimentos e elas, as palavras ditas, nos provocam sensações.
Quando escrevemos as palavras elas brotam da ponta do instrumento de escrita e ocupa seu espaço, deixando-se esparramar em emoções.
Assim, as palavras são alimentos que ora, dependendo de sua força vibracional nos nutrem, ora podem muito bem podem nos intoxicar....
Cada palavra que escutamos, cada coisa que vemos, cada gesto que recebemos nos atinge a partir de algo que vivemos, de uma experiência que tivemos. Na maioria das vezes, quando já conhecemos algo o acesso ao reconhecimento de sua função torna-se fácil, na medida e, que contatamos com determinado objeto ou palavra.
Mas, quando não conhecemos, precisamos construir um entendimento, criar um caminho que nos leve a compreensão.
“Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou
forte como uma ventania, depende de
quando e como você me vê passar.“Clarice Lispector
Um pouco de Pessoa
"É fácil trocar as palavras,
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Difícil é interpretar os silêncios!
É fácil caminhar lado a lado,
Difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto,
Difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos,
Difícil é reter o calor!
É fácil sentir o amor,
Difícil é conter sua torrente!
Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo." (Fernando Pessoa)
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo." (Fernando Pessoa)
Nossa História com as palavras...
Nossos dias acontecem a partir do que planejamos e a partir do que o movimento da vida nos reservou. Tudo, concomitantemente, se move nesta roda.
O esperado e as surpresas, os sonhos e a realidade, o investimento e o que foi possível. Vamos dia-a-dia crescendo em aprendizados, nos fortalecendo enquanto seres humanos, aprendendo uns com os outros e neste movimento criamos o nosso tempo dentro do tempo.
Marcamos nossos passos pelo caminho que segue adiante, e pelo caminho que deixamos como legado para quem desejar se nutrir dele.
Assim, vamos criando a história da nossa vida, nos retalhos que costuramos, nos mosaicos que construímos.
Cada vez que tocamos na história ela pode ser transformada com os presentes que a vida nos oferece.
Assim, somos nós
Pedaços de vida
Passagens de tempos
Recortes de faces, olhares, sorrisos e sonhos
Assim, somos nós
Intimidade secreta, infinitude de desejos, perplexidades de encontros
Somos inteiros compostos por partes-Artes
Compostos por retalhos, pequenos tecidos do tecido da vida-Ida
Por fatias, silêncios e palavras
Por lições, bênçãos e recompensas
Viajamos, percorremos espaços dos mundos, dentro e fora
Reconhecemos gestos, abraços, os laços de todos que fazem parte de nós
Quantos nós...
Nós apertados, alinhavados pela linha que empina a pipa que sobre levando as crenças ao alto
Nós que não se desfazem e que atravessam as eras e mantém os amores vivos dentro do peito
Nós que desmancham por que precisam de outras paragens, porque precisam de novos ares
Os deixemos ir...o que ficou como afeto, isso não se desmanchará
Quantos nós...
Quantos nós há dentro de nós
Que nesta roda da vida, num inteiro de partes nos faz completos
Com cada pedaço que recolhemos pelo caminho, deste, daquele que nos fez ser Ser...(PaTTi Cruz)
SARAU POÉTICO
QUINTANICES POÉTICAS
QUINTANICES POÉTICAS
Esclarecendo um pouco mais a proposta:
A Linguagem poética se caracteriza pela subjetividade (expressa emoções e sentimentos) e pela polissemia (possui múltiplos significados) e pelo uso dos recursos sonoros como o ritmo e a rima.
A Linguagem Poética é uma Linguagem Expressiva.
Para despertar a alma de poetas precisamos aprender a ler para além da palavra escrita, precisamos aprender a ouvir para além da palavra falada. Só mergulhando no silêncio do que não é dito, poderemos tocar de fato a essência do que não é visível ou palpável.
É necessário silêncio para ouvir os pensamentos e alma para compreendê-los.
Para ser Poeta ou descobrir a Linguagem Poética no mundo é preciso despertar. É preciso se livrar das amarras do que é comum, do que é real, do que é concreto. É preciso quebrar os paradigmas e utilizar os sentidos todos a favor da observação das sensações. É colher nas formas, as imagens, nos sons, as revelações, nos aromas, nossas memórias, no tato, a sensibilidade....Assim, nosso corpo todo conspira para o desabrochar da poesia que nasce com suavidade e sem pressa.
Quintanices são palavras, sentimentos, pensamentos que revoam
São Marionices que ocupam a mente, apenas povoam
A mente de quem não pensa em nada...
Mas, que tudo sente como brisa nascida das asas farfalhantes da passarada
Só quem é leve e se permite pode saber o que são de fato Quintanices
Portanto, se não consegues ser leve o suficiente para me deixar passar
Não atrapalhas minhas andanças poéticas, pois, chamarei Quintana que me defende espantando quem não me entende
“Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!”
Programação
Bate papo com Rossana Vecchio e declamações de Poesias de Quintana
Rossana vem nos contar uma pouco sobre a Biografia do Mario Quintana e de suas poesias sobre Porto Alegre!! " A cidade de seu andar e talvez de seu repouso“. Rossana, além de uma alma sensível é Relações Públicas, formada pela PUC/RS, Pós-Graduada em Patrimônio Cultural e Identidades, pela ULBRA/CANOAS em 2010. Trabalhou no ACERVO LITERÁRIO MARIO QUINTANA Ago/2007 Out/2009, desenvolvendo um Trabalho de Organização, conservação e restauração do ALMAQ ( Acervo Literário Mario Quintana).
Da palavra a Poesia
Pequeno exercício poético onde cada um terá a oportunidade de despertar seu Poeta adormecido ou de compartilhar esta sensibilidade já descoberta.
Espaço aberto aos Poetas
É um espaço para o compartilhar de poesias ou escritos da autoria dos presentes no Sarau.
Soltando a voz: o encanto dos cantos
Espaço para poetizar na cantoria. Para quem acredita que quem “canta seus males espanta”, este é o momento de atrair novas energias. Traga sua letra poética e nos permita saborear este encantamento com as palavras sonoras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário