Procura-se um Poeta que não saiba escrever.
Não que não conheça as letras.
Mas, que não tenha a voraz necessidade de agrupá-las.
Procura-se um Poeta para ser Poeta, apenas.
Simples Poeta que sente...
Não que não conheça os sentimentos e seus conceitos.
Mas, que valorize sua transpiração.
Procura-se um Poeta-Plátano
Que entenda das folhas.
Que saiba ler seus vincos e absorver suas marcas como trajetórias de aprendizado
Procura-se um Poeta que entenda de folhas, caro amigo!
Das folhas deste Plátano que o faz existir Poeta e vice-versa.
Por que o Plátano?
Porque os Plátanos, por assim dizer, creio...sejam o análogo dos Poetas.
O Plátano vive intensamente, por exemplo, as quatro estações do ano:
Na Primavera, ficam cheios com folhas verdes brilhantes;
No Verão, ficam frondosos e oferecem sombra;
No Outono, douram os dias com suas folhas amarelas;
No inverno, suas folhas caem, oferecendo um tapete de passagem para novos rumos.
Procura-se um Poeta que saiba existir, que viva intensamente, transpire as emoções, sem o compromisso de justificá-las.
Procura-se um Poeta que esteja disposto a oferecer as novas folhas de Plátano - a descoberta; a oferecer a sombra das copas – o acolhimento; que esteja disposto a dourar os dias – renovando os espaços; que esteja disposto a estender o tapete generoso de folhas – buscando conquistas.
Procura-se um Poeta-Plátano que fale com a voz da alma e que toque com a sensibilidade do olhar...
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