sábado, 16 de julho de 2011

Procura-se um Poeta

Por PaTTi Cruz)

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Procura-se um Poeta que não saiba escrever.

Não que não conheça as letras.

Mas, que não tenha a voraz necessidade de agrupá-las.

Procura-se um Poeta para ser Poeta, apenas.

Simples Poeta que sente...

Não que não conheça os sentimentos e seus conceitos.

Mas, que valorize sua transpiração.

Procura-se um Poeta-Plátano

Que entenda das folhas.

Que saiba ler seus vincos e absorver suas marcas como trajetórias de aprendizado

Procura-se um Poeta que entenda de folhas, caro amigo!

Das folhas deste Plátano que o faz existir Poeta e vice-versa.

Por que o Plátano?

Porque os Plátanos, por assim dizer, creio...sejam o análogo dos Poetas.

O Plátano vive intensamente, por exemplo, as quatro estações do ano:

Na Primavera, ficam cheios com folhas verdes brilhantes;

No Verão, ficam frondosos e oferecem sombra;

No Outono, douram os dias com suas folhas amarelas;

No inverno, suas folhas caem, oferecendo um tapete de passagem para novos rumos.

Procura-se um Poeta que saiba existir, que viva intensamente, transpire as emoções, sem o compromisso de justificá-las.

Procura-se um Poeta que esteja disposto a oferecer as novas folhas de Plátano - a descoberta; a oferecer a sombra das copas – o acolhimento; que esteja disposto a dourar os dias – renovando os espaços; que esteja disposto a estender o tapete generoso de folhas – buscando conquistas.

Procura-se um Poeta-Plátano que fale com a voz da alma e que toque com a sensibilidade do olhar...

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