Entre fazer-e-processo
(Texto elaborado por (Profª PaTTi Cruz - Pedagoga Especial, Esp.Arteterapia,
Consultora de Desenvolvimento Humano e Criatividade
Docente do Curso de Pós Graduação Lato Sensu de Arteterapia - Centrarte/RS, Coord. Núcleo Pedagógico do Projeto Ninho – Educação Afetiva e Projeto CoNéctar – Educação Essencial, Contadora de Histórias )
Acredito na importância do equilíbrio. Aquele que coordena, facilita o processo terapêutico em um Atelier, quem tem formação em Arteterapia deve ter passado pela experiência de vivenciar um espaço como este. Deve ter tido a oportunidade de trabalhar-se à luz do fazer e da constituição do processo.
Prefiro pensar neste espaço como um local de aprimoramento pessoal, mediado pelos recursos expressivos. Não em um espaço artístico, mas de criação, onde os impulsos de energia vital, são liberados nas cores, formas, texturas até a palavra. Sendo esta última manifestação não tão fundamental em seu surgimento imediato em todas as propostas. O falar, transpor em palavras poderá ser cultivado, cuidadosamente, até que germine no momento oportuno: o primeiro pronunciamento.
Às vezes, é preciso se nutrir, degustar e digerir os símbolos que se apresentam no pensamento-imagem, para somente depois assegurar-se do suporte da palavra.
No fazer há uma vontade de perceber como resultado algo que seja agradável, satisfatório, que provoque a sensação de prazer. Para tanto, o arteterapeuta deve dominar as técnicas do fazer para oferecer este suporte (ajustes que permitam a satisfação). No processo há a valorização do contato, sentir, perceber o material, as sensações provocadas, despertadas por ele. No entanto. o equilíbrio se encontra no movimento da espontaneidade. De acordo com Fayga Ostrower (1987:147-150):
“Ser espontâneo apenas significa ser coerente consigo mesmo...
Entende-se portanto, que o espontâneo não há de identificar-se como impensado. Identifica-se com o coerente e com o intuitivo, com tudo o que, ao elaborar-se em nós, concomitantemente se estrutura em nós.
Ser espontâneo, no sentido amplo que a palavra tem, poder ser livre.”
Desta forma, o fazer torna-se importante, na medida em que transforma-se em satisfação plena pelo que está sendo construído e a forma (criação) promove uma sensação agradável e, neste fazer-processo, as relações estabelecidas com os recursos dão o tom espontâneo daquilo que irá se configurar.
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