Como os “afetos” poderiam ser transladados para poéticas artísticas em nossos territórios? Que forma, cor e aromas teriam nossos “afetos”? Quais as linguagens possíveis de articulação artística “entre” nossos territórios? Como seriam vistos? Onde os afetos se instalam em nós?
Onde guardamos nossos sentimentos não compreendidos, nossas afetividades que nos são tão caras, nossas lembranças boas e experiências desafiadoras? Se fossemos vasculhar e tentar reorganizar, dando novo sentido que formas daríamos? Em que arte transformaríamos? Que palavras poderiam compor o cenário poético de nossas emoções? Qual a potência visual deste “entre” nós e afetos, mundo interno e externo?
Afetos: Rizomas em nossa existência
A noção de rizoma foi adotada da estrutura de algumas plantas cujos brotos podem ramificar-se em qualquer ponto, assim como engrossar e transformar-se em um bulbo ou tubérculo.
Deleuze e Guattari sustentam que a estrutura do conhecimento não deriva, por meios lógicos, de um conjunto de princípios primeiros, mas sim elabora-se simultaneamente a partir de todos os pontos sob a influência de diferentes observações e conceitualizações.
Existem, no rizoma, linhas de solidez e organização fixadas por grupos ou conjuntos de conceitos afins. Tais conjuntos definem territórios relativamente estáveis dentro do rizoma.
Associando-nos aos rizomas podemos refletir que...
A forma de percebermos o que acontece conosco vem de muito longe, de terras longínquas desde nossa chegada ao mundo. Talvez, até mesmo antes com a chegada de nossa ancestralidade advinda de outras vidas que nos apresentaram o início de um caminho.
Depois dos aprendizados escolhemos nossos passos, estruturamos nossa força, conectados a outras forças que descobrimos quando vivemos e, com forças que pré-conhecemos de um coletivo distante.
Afetamos o mundo e somos afetados por ele, experimentamos influências diversas, na mesma medida que também influenciamos por onde passamos e, as pessoas com quem contatamos.
Vamos nos expressando, dando vazão a idéias, sensações, modelando formas, reconfortando alicerces, aparando arestas. Configuramos, retiramos das profundezas nossas, aquilo que desejamos que façam parte de nossa base e assim criamos nossa arte, esculpimos nossos desejos, modelamos nosso jeito-sujeito no universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário